Capas • Jornalismo Júnior
Aqui reuni capas que produzi para reportagens da Jornalismo Júnior durante meu tempo como repórter e posteriormente diretor do núcleo de Comunicação Visual. Abaixo você encontra uma seleção dessas produções acompanhadas de comentários sobre os processos e influências por trás de cada uma delas, além dos links para os textos às quais pertencem.
A torcida do Liverpool x Margaret Thatcher
A ideia central era trazer a atmosfera do conflito e representar o contraste entre a multidão de pessoas e uma única figura da ex-primeira ministra, não só por meio das cores, mas também das atitudes dos torcedores nas fotografias. A estética geral foi baseada nos panfletos e zines punk, que dialogam com a temática de revolta no contexto britânico. Também lembram o visual de cédulas de dinheiro, remontando à dimensão econômica do embate.
(O texto acabou nunca sendo publicado)
Rita Lee: A Erva Venenosa padroeira da liberdade (Leia aqui)
Ainda que póstumo, o texto buscava homenagear a grandeza de Rita Lee que transcendia a vida, e com a capa segui o mesmo caminho. Com cores vibrantes e o visual psicodélico dos anos 70, a intenção foi ilustrar Rita Lee mais viva do que nunca, com seus clássicos cabelos vermelhos - que na foto original eram brancos - em uma arte que remetesse a uma capa de disco de vinil.
Você sabe o que são softwares livres? (Leia aqui)
Nessa capa pude explorar mais a mistura entre fotografias reais e ilustrações - ilustradas por mim. O laptop que extrapola os limites da janela digital remete à ideia dos softwares livres, e os demais elementos buscam reforçar princípios da comunidade que os utilizam. A disposição das figuras também foi pensada para que tudo estivesse interligado, sem separações. O principal desafio na produção dessa capa foi representar conceitos mais abstratos como colaboração, conexão e criatividade por meio das imagens e símbolos.
(Não) Tá Tudo Certo:
Indústria musical na era pós-gravadoras (Leia aqui)
A matéria aborda, dentre outros tópicos, a produção de música independente, mais artesanal, sem a intervenção das grandes gravadoras. Pensando nisso, optei por trazer a estética do scrapbook, representando algo feito "com as próprias mãos". O texto também tinha como gancho a série brasileira Tá Tudo Certo, que é referenciada no canto superior esquerdo, dentro da televisão.
O jeitinho brasileiro de fazer música britânica (Leia aqui)
Sendo também o autor do texto, a liberdade na construção dessa capa era quase irrestrita. A ideia foi trazer uma série de pequenos detalhes que não necessariamente seriam captados à primeira vista. Aproximadamente 30 fotografias foram usadas, e a divisão dessas imagens em cada seção segue uma lógica que se relaciona com as divisões do próprio texto. A intenção era que a cada vez que o leitor visse a capa, percebesse algo novo.
O objetivo era mostrar Tony Hawk em diferentes fases da vida, ao mesmo tempo dando a ideia de fluxo de uma só manobra, inspirado principalmente nas clássicas sequências de fotografias presentes nas revistas de skateboarding. Trouxe também o detalhe da textura que cobre a imagem toda, que é uma foto ampliada da lixa que reveste o skate.
Canais de Santos e saneamento básico: o pioneirismo da cidade litorânea no urbanismo sanitarista (Leia aqui)
O ponto de partida foram as texturas de papel rasgado. A grande disponibilidade de imagens relacionadas ao tema no domínio público, de fotografias à cartas e mapas, ajudou muito no processo. O desafio final sugerido pela autora foi adicionar a imagem de Saturnino de Brito, que resolvi emoldurar em um selo que originalmente não tinha seu rosto, em busca de seguir a linguagem visual que já havia construído.
Cinema Gay-Trash: o camp, a subversão e o grotesco (Leia aqui)
A pedido da autora para essa capa era extenso e cheio de especificidades. Logo que li, imaginei que não daria conta de harmonizar tudo por serem elementos muito contrastantes, mas abracei o desafio e busquei um equilíbrio entre o desprendimento do trash e o meu próprio senso estético. O processo foi divertido, com muita experimentação e acidentes, como o rolo de filme vermelho que coloquei na última alteração sem pretensão e acabou amarrando a composição toda.
Representando o único sucesso dos one hit wonders, quis referenciar o disco de ouro que é marca clássica do sucesso dos artistas na indústria musical. Meu desafio pessoal na produção da capa foi incluir o logotipo da Jornalismo Júnior e do quadro Porta Aberta - que obrigatoriamente precisavam estar presentes - de forma que se integrassem com a imagem.
O Que Toca Na Sala 33: Comebacks Musicais (Leia aqui)
O recomeço do quadro em novo formato - agora não só com playlist, mas também texto - pediu uma nova identidade visual. Definido o padrão tipográfico e a composição com três artistas - que se mantém nas demais capas do quadro - dei o toque pessoal para essa primeira edição com a estética das impressões em risografia, contrastando as cores vibrantes com as fotos e fundo em preto e branco.